30 abril, 2009

O retrato do jovem brasileiro

Segundo o Ipea, a população brasileira é composta por 51 milhões de jovens, na faixa etária de 15 a 29 anos. Eles vivem em tribos, temem a violência e o desemprego, são cada vez mais precoces e, por vezes, conservadores. O retrato dos jovens no mundo demonstra que eles são mais atuantes e conscientes de seu papel na sociedade.

Segundos dados divulgados pelo Instituto de Política e Economia Aplicada (Ipea), a população brasileira é compreendida por 51 milhões de jovens, na faixa etária de 15 a 29 anos. De acordo com o instituto, o principal problema enfrentado pela juventude é a falta de educação. Sem acesso a um sistema educacional eficiente, ela sofre com a escassez de oportunidades no mercado de trabalho e o aumento da violência.Entre os jovens na faixa dos 15 aos 17 anos, apenas 48% estão matriculados no ensino médio. Nesta faixa etária, 18% estão fora das escolas e o percentual de evasão eleva-se a 66% na faixa dos 18 a 24 anos. As principais causas para tais números, no caso dos meninos é o trabalho, para as meninas é a gravidez na adolescência.A procura de um trabalho é um dos principais motivos para os jovens de baixa renda deixarem tão cedo a escola. Segundo o professor do Departamento de Sociologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e membro do Laboratório de Estudos da Violência, Domingos Abreu, enquanto nos países ricos os jovens podem permanecer mais tempo fora do mercado de trabalho, no Brasil as condições de vida da maior parte dos indivíduos os obriga a procurar um emprego cedo.´No Brasil, não se permite aos jovens apenas estudar. Eles precisam trabalhar para sobreviver. Além disso, há uma expectativa muito grande dos pais para que eles ajudem no orçamento doméstico´, avaliou o sociólogo.Vida adultaDe acordo com o professor, para boa parte da juventude, a entrada no mercado de trabalho não significa apenas a possibilidade de um futuro promissor, mas é também a passagem para uma vida adulta. ´Na verdade, os jovens das classes mais baixas querem arranjar um emprego assim que podem. Para os jovens das classes populares, a vida adulta começa muito antes do que para os jovens da classe média´, disse o professor.

Por outro lado, a falta de qualificação encaminha esses indivíduos para o desemprego. A falta de trabalho atinge 46% do total de jovens entre 15 anos e 29 anos; e 50% dos ocupados entre 18 anos e 24 anos são assalariados sem carteira.ViolênciaSeguido pelo desemprego, um outro grande problema apontado pela juventude é o excesso de violência. O Ipea revela que as duas maiores causas de mortes na população juvenil: a violência e os homicídios correspondem a 38% das mortes, enquanto os acidentes de trânsito ceifam outros 27%.Segundo o relatório do Ipea, a violência faz com que ´esse período etário seja considerado de alto risco, quando poderia ser um dos mais saudáveis do ciclo vital´. De acordo com o levantamento, o número de mortes de indivíduos do sexo masculino é maior que o do feminino devido à grande exposição dos homens à violência.´Nas grandes cidades, há um sentimento de insegurança. Os jovens representam a faixa etária mais atingida pela violência e os homens são tidos como vítimas preferenciais dos homicídios´, disse o sociólogo Domingos Abreu.Além da violência, comportamentos de risco são também responsáveis por óbitos entre jovens no Brasil. Para Domingos Abreu, o governo precisa adotar políticas para a juventude que estejam ligadas à abertura de postos de trabalho, moradia e melhores condições educacionais. ´A escola deve ser um campo de atração para os jovens. Elas devem propor algo a mais para a juventude brasileira´, disse.

De acordo com Domingos Abreu, os investimentos em educação devem atender a demandas regionais de qualificação profissional.

INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA - Programa incentiva empreendedorismoFortaleza, quarta maior cidade brasileira em termos de população, tem mais de 700 mil jovens na faixa etária de 15 a 29 anos. Assim, como a maior parte das metrópoles, a juventude fortalezense também luta por melhores oportunidades de emprego.

O Programa CredJovem Solidário, criado pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, em 2006, tem o objetivo de incentivar o empreendedorismo entre os jovens da capital, criando novas oportunidades de geração de renda entre a juventude da periferia.

O programa oferece créditos subsidiados a grupos de jovens, na faixa etária de 18 a 20 anos, interessados em montar o próprio negócio. Segundo o secretário da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Juventude, Afonso Tiago de Sousa, em três anos, o CredJovem já beneficiou 415 jovens e possibilitou a abertura de 113 pequenas empresas. ´O resultado é satisfatório o Programa trabalha não com o empreendedorismo competitivo, mas com o solidário. Ele estimula o jovem a se organizar e produzir de forma coletiva´, avaliou.

Beneficiados - Os participantes do programa devem ser estudantes ou egressos de escolas da rede pública. Para concorrer ao financiamento, os jovens devem elaborar um plano de negócio em parceria com alguma entidade não governamental que atue na linha de grupos de produção. ´Os jovens beneficiados têm a possibilidade de devolver esse recurso em até seis meses e o montante é dividido em 12 parcelas sem juros´, explicou o gerente da célula de trabalho e juventude da SDE, Francis Almeida.Durante a aprovação dos projetos, a SDE avalia a viabilidade comercial e financeira, a potencialização do impacto sócio-econômico, além da relação da empresa com a comunidade. ´Após dois anos das empresas constituídas, 80% dos empresários conseguiram sobreviver. A idéia é que em quatro anos o CredJovem atenda a uma média de 600 até 800 jovens´, disse Almeida.

Para Juliana Siqueira, 25, o CredJovem significa a independência financeira para quem veio das classes baixas. ´O programa é o meio mais viável e interessante para quem vem de escola pública e da periferia´, disse a jovem que foi beneficiada com o crédito financeiro e hoje tem uma sorveteira com a cunhada e com o primo.

GESTÃO JUVENIL - Políticas públicas priorizam juventudeAs pesquisas apresentadas sobre a juventude brasileira reforçam a necessidade de criação, nos últimos tempos, de políticas específicas para esse segmento em todas as esferas governamentais. Formação escolar, capacitação profissional, programas de prevenção às drogas e contra a violência são algumas das linhas de ação do governo para melhorar a qualidade de vida dos jovens.

Segundo o presidente do Conselho Nacional da Juventude, David Barros, a preocupação sobre a temática jovem começou a ter mais força, na gestão pública, a partir da última década e deve-se, sobretudo, as reivindicações das próprias organizações juvenis. ´A partir daí, os governos no âmbito municipal, estadual e da União começaram a tecer experiências e projetos pilotos de políticas para jovens em sua maioria relacionadas à educação e trabalho”, avaliou David.

O secretário nacional de Juventude, Beto Cury, destacou como resultado significativo da preocupação do Governo Federal com as temáticas juvenis a criação da Política Nacional de Juventude, da Secretaria Nacional de Juventude e do Conselho Nacional de Juventude. ´Um aspecto relevante dessa política é a dimensão institucional, que prevê a multiplicação de espaços específicos de juventude como Secretarias e Conselhos em âmbito estadual e municipal. Embora já tenhamos avançado, uma das nossas metas é justamente consolidar esses espaços para que possamos concretizar uma política juvenil em nível nacional´, declarou o secretário.

Para o presidente do CNJ a participação juvenil nas decisões políticas está mais consolidada ultimamente. ´Os jovens querem ser agentes da transformação social e a política. Investir na juventude é investir em novas formas de pensar a sociedade, em novas lideranças e gestar nos sonhos e esperanças da juventude brasileira um novo Brasil, concluiu.

Por JULIANNA SAMPAIO (Diário do Nordeste)

Entrevista: David Barros, presidente do Conjuve

David Barros, presidente do Conjuve, fala das políticas públicas de juventudeA sociedade civil está de volta à Presidência do Conselho Nacional de Juventude. “Esta gestão pretende estabelecer um intenso diálogo com os movimentos de juventude”, declara o presidente David Barros. David é membro do Instituto de Juventude Contemporânea, IJC, trabalhando há 10 anos junto à juventude do Ceará. Além do IJC, o novo presidente atuou na Pastoral da Juventude e na Rede de Jovens do Nordeste. David acredita nos movimentos sociais como verdadeiras escolas de formação de lideranças e na sua significativa contribuição para o engajamento social de jovens. Vê a sociedade civil organizada com importante papel na qualificação da militância juvenil e concepção de projetos que desencadeiem políticas públicas. Na entrevista, ele analisa o papel do Conjuve, sua gestão anterior e fala sobre as políticas públicas no Brasil hoje.

1. Como você vê em relação à juventude hoje? Há políticas públicas para os(as) jovens? Como você as avalia o governo?
Vejo nos ultimo anos uma atenção maior com a realidade juvenil. É fato que nos últimos anos, as políticas de juventude entram na agenda pública no pais entre os entes da federação. No entanto percebo que ainda falta muito para chegarmos ao ideal. Nos estados e municípios as políticas ainda são bem embrionárias e em muitos casos não suportam as mudanças democráticas de gestão. Falta orçamento e prioridade por conta da gestão pública, além da pouca força política do tema dentro da sociedade que insisti em estereotipar a juventude enquanto problema. A partir daí vejo um avanço. O governo Brasileiro vem trabalhando para desconstruir este esteriótipo, colaborando para uma cultura de valorização da juventude e resgate da cidadania dos jovens empobrecidos.

2. Como você vê este momento em que a sociedade civil assume novamente a presidência do Conjuve? O que podemos esperar desta gestão?
Vejo que este momento é um momento de encerrar ciclos. Veja bem, desde 2005 estamos discutindo governo, parlamento e movimentos de juventude, os marcos legais da juventude brasileira, Plano Nacional de Juventude , PEC da juventude e estatuto dos direitos do jovens. Este documentos foram construídos com a participação importante da sociedade civil, mas atualmente precisam de uma atualização com os acúmulos construídos no Encontro Nacional de Juventude Negra, na Conferencia Nacional de Juventude, no Encontro Nacional de Conselhos de Juventude e outros espaços políticos da juventude brasileira que continua aperfeiçoando sua intervenção e avançando em suas bandeiras. Neste sentido, aprovar os marcos legais da juventude brasileira é um ciclo que precisar ser encerrado para que de fato, não só o governo Lula e os atuais governantes nos estados e municípios, mas o estado democrático e de direito, assumam os jovens enquanto sujeitos de direitos. Com isso entraremos numa outra fase da luta que é garantir o que estar na constituição e o que é lei. Teremos um instrumento importante de reivindicação, monitoramento e fiscalização das políticas públicas de juventude.Estamos encerrando também um ciclo de oito anos de governo Lula e precisamos avaliar os impactos e as políticas desenvolvidas para os jovens em nosso país. O conselho precisa se posicionar sobre as políticas do governo federal, evidenciar seus avanços, avaliar suas limitações e apresentar alternativas políticas para solucionar os problemas da juventude brasileira.Outro ponto importante é a própria mobilização permanente na sociedade civil. Construir uma plataforma nacional de juventude que reúna as forças políticas da juventude brasileira em torno de bandeiras consensuadas e que norteie a atuação do conselho nacional de juventude na sua função de controle social é necessário neste momento. É importante para acumularmos força política para vivenciar os próximos processos democráticos que virão.

3. Ano que vem terão início as inscrições para novos membros do conselho. Que mudanças você acredita necessárias nos critérios para que a participação de movimentos menos institucionalizados (por ex., jovens quilombolas, grupos culturais, jovens ribeirinhos etc) possa ser também contemplada?
Acredito que precisamos avaliar a partir da ultima assembléia os pontos que foram muito criticados pelos movimentos de juventude. O principal deles é o acesso a assembléia de eleição. Ir a Brasília tem um custo alto para os membros das organizações juvenis. Temos que criar mecanismos de garantir a participação dos jovens que tem vontade política de participar do conselho. Acredito que a falta de institucionalidade não deve ser uma restrição a participação dos movimentos.

4. Como você avalia a gestão anterior? Quais as principais conquistas e as principais dívidas?
Uma gestão que tem no seu curriculum uma Conferência Nacional de Juventude com a participação de mais de 400 mil jovens, um encontro de Conselhos de Juventude e uma campanha nacional para comprometer prefeitos e prefeitas com os direitos da juventude é uma gestão que fez história e serve de referencia pra quem chega. Foi muito importante pois deu ao conselho uma visibilidade na qual ele carecia. No entanto tivemos ainda problemas no que diz respeito a estrutura necessária para encaminhar as demandas do Conjuve, uma equipe que possa dar conseqüência as definições políticas do conselho se torna urgente nesse período.Outro ponto importante na minha avaliação diz respeito a questão internacional. O Brasil é um país de forte mobilização juvenil e um acumulo extraordinário no tema das políticas de juventude, no entanto participamos pouco dos espaços de intervenção internacional, devido as restrições colocadas pelor organismos internacionais. Devemos ter uma política mais agressiva no sentido de reivindicar a participação do Conjuve Brasileiro nos organismos internacionais de juventude enquanto sociedade civil.

5. O Conjuve vem obtendo sucesso em seu objetivo de caracterizar como espaço de diálogo entre a sociedade civil, o governo e a juventude? O que pode ser feito para que este diálogo seja agilizado e ampliado?
Acredito que sim. O conselho vem se consolidando como um espaço de interlocução entre o Tripé da política de juventude (Sociedade civil, Governo e Juventude). Acredito que devemos estar mais próximos da agenda dos movimentos de juventude dialogando com suas bandeiras, monitorando e garantindo a efetivação das prioridades da Conferência Nacional de Juventude e criando mecanismos de consulta, comunicação e dialogo para que as posições defendidas pelo Conjuve tenha o respaldo e a retaguarda do conjunto dos movimentos juvenis no Brasil o que lhe dar a força política necessária para mesmo sendo de caráter consultivo, tenha força política para ser uma voz forte em defesa dos direitos da juventude.

Fonte: blogrodrigoamaral.blogspot.com

Concurso traz experiências de sucesso do ECA



Estão abertas até o dia 02 de junho, as inscrições para o "5º Concurso Causos do ECA", uma boa oportunidade para jovens ou os adultos que os acompanham - pais, professores, conselheiros tutelares, diretores de ONGs, entre outros - contarem experiências que viveram relacionadas ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

O objetivo do concurso é revelar histórias em que a aplicação do ECA tenha sido importante para garantir os direitos das crianças e dos adolescentes, muitas vezes, até transformado suas vida. Levando em conta as experiências que vão contar, os interessados devem se inscrever em uma das duas categorias do concurso: "ECA como instrumento de transformação" e "ECA na Escola", com a ressalva de que se a inscrição ocorrer em categoria errada a história será desclassificada. A exigência é que o "causo" seja verídico e contado por quem o viveu ou por outra pessoa que o presenciou.

Nesta 5ª edição do concurso, as histórias podem ser contadas por meio de duas linguagens: texto ou vídeo. Até por determinações do ECA é preciso preservar a identidade das crianças envolvidas nas histórias narradas - é indicado o uso de nomes fictícios - e na modalidade vídeo-documentário o rosto do menor não pode ser mostrado. Na categoria "ECA como instrumento de transformação" os "causos" deverão tratar, dentre outros temas, de histórias relacionadas à proteção integral de crianças e adolescentes, de ações cidadãs que tenham revertido violação de seus direitos, da própria propagação do ECA e de situações de sucesso no cumprimento de medida socioeducativas.

Já na categoria "ECA na Escola", os inscritos contarão histórias em que a comunidade escolar exerceu papel importante na garantia dos direitos infanto-juvenis tendo o ECA como instrumento. Palco e protagonistas desses "causos" devem ser, portanto, do ambiente escolar ou ter como agentes integrantes da comunidade escolar. Nesse categoria os inscritos poderão dissertar, entre outros temas, sobre ações para uma educação inclusiva, mobilização política desse segmento no ambiente escolar, parcerias escola-Conselho Tutelar, mas sempre tendo jovens e adolescentes como protagonistas.

Uma ou mais pessoas podem participar do projeto a ser inscrito, mas apenas uma pode fazer a inscrição formal. A premiação é de dez mil reais para o primeiro colocado (em ambas modalidades), e de cinco mil reais para o segundo lugar.

Mais informações: http://www.promenino.org.br/

23 abril, 2009

À juventude maranhense

Amanhã ocorrerá em Morros mais uma reunião que leva o nome de Fórum Estadual de Juventude do Maranhão e adianto aqui para os companheiros que não estarei presente neste encontro de juventude maranhense, não sei se alguém do meu município estará presente nesta reunião, mas eu não estarei. Sai muito decepcionado da última reunião, em Caxias, que muito me desgastou e a mesma nada produziu. Naquela reunião eu pude ver que o que menos está em jogo é o futuro da juventude deste estado, mas interesses individuais e egos inflados.

Não estou nem um pouco triste de não me fazer presente ali, pois sei se que se ali estivesse estaria mais uma vez perdendo tempo, num lugar que está sendo feito para que alguns brilhem, mas que o que mais parece é um circo de horror, onde ninguém sabe quem e o que é. Quem é governo e quem sociedade civil organizada. É uma briga por poder, fama e cargos comissionados no alto e médio escalão dos governos municipais.

Deixo aqui os meus votos de boa sorte (aos companheiros do bem) torcendo para que a realidade desta reunião seja diferente das demais. Tenho plena consciência de quem quer mudar tem que participar, mas vou ter que contradizer esta minha constatação.
Quero finalizar este texto que escrevo aos meus companheiros apenas para dizer que não vou a esta reunião e não sei quando volto às articulações estaduais do movimento de juventude.

Hasta la vista companheiros.

22 abril, 2009

2 anos em favor da diversidade sexual

Escrita originalmente para o jornal Folha de Coroatá

Em outubro de 2006 três pessoas reuniram-se para criar uma associação de defesa dos direitos humanos, pela cidadania de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) e pela promoção de informações acerca da prevenção às DST/HIV/Aids com a população coroataense. A entidade em questão é a Associação Grupo Respeito que nasceu há pouco mais de dois anos após a participação de Osman Sales no I Encontro de Homossexuais do Maranhão e Piauí realizado pelo Projeto Somos, a convite do Programa Municipal de Prevenção às DST/HIV/Aids.

Logo após sua fundação o Grupo Respeito se tornou parceiro do referido programa na divulgação da prevenção entre outros segmentos de comportamentos vulneráveis, tido como minorias sociais (prostitutas, garotos de programas e Homens que fazem sexo com Homens – HSH).

Desde sua criação o grupo cresceu, mas, segundo a direção, o número de participantes não se aproxima nem de longe do número de homossexuais existentes no município que, segundo estatísticas da entidade, iguala ou se aproxima a 6.500 (dado baseado em pesquisa internacional que afirma que 10% da população mundial é formada por homossexuais).

Durante os seus dois anos de atividade a entidade participou de algumas paradas – duas delas em São Luis -, conferências, fóruns, seminários, tendo realizado um encontro municipal dedicado ao segmento e palestras em escolas.

A visibilidade da instituição no município, segundo a direção, tem refletido nestes anos no aumento da auto-estima das pessoas LGBT e na diminuição de atitudes homofóbicas (discriminação por orientação sexual). Mas, ainda segundo a organização, a discriminação contra os homossexuais ainda ocorre bastante, sendo necessário que representantes da associação visitassem por duas vezes a delegacia local para relatar casos de violência ou ameaça contra homossexuais. O ministério público e o juiz de direito da Comarca de Coroatá também já receberam diretores da entidade para tratar de assuntos do interesse do segmento.

Nestes últimos anos, visando a melhoria da atuação da Associação Grupo Respeito, a diretoria foi reformulada, ficando à frente da mesma, desde novembro de 2008, o jovem ativista social e militante partidário Cleo Freitas, de apenas 22 anos.

O diretor em exercício da entidade anuncia para o mês de junho deste ano o 2º Encontro Municipal de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros para comemorar o dia mundial do orgulho gay (28 de junho). O encontro será realizado com o apoio dos Programas Municipais e Estaduais de Prevenção às DST/Aids e contará com a presença de palestrantes da capital e convidados de cidades vizinhas, como Timbiras, Codó e Peritoró. Para o diretor este “encontro vem suprir a ausência de uma parada gay na cidade, já que em nosso município ainda não estar preparado para sediar uma festa da diversidade sexual, nem a população nem os próprios homossexuais”.

O segmento que antes era encarado pela sociedade como um incômodo atualmente é reconhecido com ações governamentais como o Programa Nacional de Combate a Homofobia – Brasil Sem Homofobia do governo federal, tendo conquistado em alguns estados e municípios brasileiros leis que punem a discriminação sexual. No Maranhão, onde acontece anualmente uma das maiores paradas da diversidade do Nordeste, existe uma lei que coíbe e pune a discriminação por orientação sexual, trata-se da lei 8.444/2006, tão pouco usada em defesa do segmento.

Coroatá presente no 18º Encontro de Conselheiros Tutelares do Maranhão

Escrito originalmente para o jornal a Folha de Coroatá

O Conselho Tutelar da Criança e Adolescente do município de Coroatá marcou presença no 18º Encontro da Associação de Conselheiros e Ex-conselheiros Tutelares do Maranhão (Acectma). É a Acectma que representa os conselheiros e luta pelos direitos da categoria, como melhoria da qualidade dos trabalhos e melhores salários em todo o Maranhão.

Participaram como representantes de nosso município os dois jovens conselheiros Antonio Nelson Cruz (Secretário do Conselho Tutelar de Coroatá) e José Alberto da Conceição, que com seus 22 anos foi o mais jovem conselheiro presente no encontro, ambos ocupam o cargo pela primeira vez e estão a muito menos de um ano na função. O Encontro que aconteceu na cidade de Imperatriz entre os dias 25 e 27 do mês de março, sob o tema “Conselheiros Tutelares presentes e fortes, na defesa da prioridade absoluta”, contou com a participação de representantes de 61 municípios maranhenses que totalizaram mais 150 pessoas, segundo a organização foi o maior encontro de conselheiros tutelares já realizado no Maranhão desde a criação da Associação.

O encontro estadual da Acectma, que ocorre a cada dois anos, teve como objetivo capacitar e formar conselheiros e ex-conselheiros e discutir estratégias para a superação dos problemas enfrentados pelo segmento em todo o estado.

Esteve ministrando palestras o presidente da Associação de Conselheiros Tutelares do Piauí, João Neto, que falou sobre as práticas e cotidiano dos conselhos, e Cássius Guimarães Chai, promotor de justiça da cidade de Imperatriz, que falou sobre o Orçamento da Criança. O encontro contou ainda com a participação do prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira.

Durante o encontro ocorreu a elaboração do Plano de Ação para o biênio 2009/2011, que visa articular e fortalecer os encontros regionais e buscar o fortalecimento do quadro de associado, ocorreu a eleição para o representante do estado no encontro nacional e eleições para as Coordenações Regionais. Para a Regional dos Cocais, a qual pertenceu o município de Coroatá durante o encontro, foi eleita a representante do Conselho Tutelar de Codó, ficando a mesma, juntamente com os conselheiros de Coroatá, responsável por organizar o Encontro de Conselheiros Tutelares da Regional do Cocais, que ocorre anualmente e deverá acontecer este ano no final do segundo semestre, com a participação dos municípios que compõe a região.

Para o conselheiro Antonio Nelson, que participou ativamente do encontro (inclusive na elaboração de propostas) diz que a importância do mesmo esteve na troca de experiências com os veteranos e com os que convivem com outra realidade, durante a atividade pode aprender um pouco mais sobre a função que desempenha e elaboração de projetos para a área da infância e adolescência, o que vai colaborar para o melhor desempenho do seu trabalho, e conta “o encontro nos fortalece, me ensinou que o conselheiro não deve conhecer apenas o Estatuto da Criança, mas a Constituição, as leis do município, enfim, tudo”.

Ações do Conselho para 2009 – O Conselheiro Antonio Nelson contou a reportagem da Folha que ainda neste primeiro semestre o Conselho deverá realizar encontros descentralizados com a população e outro encontro, um pouco maior, com a participação de educadores, lideranças comunitárias e outros formadores de opinião levando à todos informações sobre os trabalhos realizados, funcionamento e função do Conselho. Em novembro para comemorar o dia do Conselheiro Tutelar (18/11) será organizado uma atividade onde os conselheiros e principalmente o ex-conselheiros serão homenageados.

Programa de Prevenção às DST/Aids realiza encontro para discutir ações e metas para 2009

Desde a implantação do Programa Municipal de Prevenção às DST/HIV/Aids (PM – Aids) de Coroatá, em 2003, foi realizada, pela primeira vez a oficina para a criação do Plano de Ações e Metas (PAM), que é o planejamento que norteia os trabalhos a ser desenvolvidos pela coordenação do programa durante o ano vigente, incluindo as ações e procedimentos para o bom funcionamento do Centro Testagem e Aconselhamento (CTA) e do Serviço Ambulatorial Especializado (SAE), que compõe a estrutura do programa no município.

O encontro para a construção do PAM 2009 ocorreu no último dia 07 de abril, com início às 9h da manhã, na Câmara Municipal, contando com a presença de representantes de movimentos sociais e entidades organizadas da sociedade civil, como Associação Grupo Respeito, Estação Digital, Conselho Tutelar, Conselho Municipal do Direitos da Criança e Adolescente, Associação da Vila Vavá, Associação do Bairro União, Unido Pelo Bairro, Pastoral da Criança, Fazenda da Esperança e representantes de órgãos governamentais como Secretaria de Saúde, SAMU, Núcleo Municipal de Educação e Saúde – NMES, Secretaria de Educação, Unidade Municipal de Juventude – UMJovem, entre outros.

Realizada em parceria com o Programa Estadual de Prevenção às DST/HIV/Aids, a oficina contou com a participação da Coordenadora do Departamento Estadual de Atenção, Silvia Cristina Viana, que trouxe aos presentes a discussão sobre as diretrizes do Programa nas três esferas de governo (Nacional, Estadual e Municipal) e as orientações para a elaboração do PAM. Dra. Osvaldina Mota, responsável pela Vigilância em DST/Aids no Departamento Estadual, apresentou aos presentes dados que compuseram o Perfil Epidemiológico do município de Coroatá até o ano 2008. Acompanhando a equipe da Secretaria Estadual de Saúde (SES) esteve presente na oportunidade um grupo de acadêmicos dos cursos de Medicina e Enfermagem da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Durante a oficina a coordenadora do Programa em nível municipal, a psicóloga Esther Moura, apresentou alterações na sue equipe, que passará a contar com um médico e um enfermeiro. Esther falou ainda que todos os esforços serão feitos para a ampliação dos trabalhos do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) e para o funcionamento integral do Serviço Ambulatorial Especializado (SAE) no município.

Durante a realização da oficina, foram identificados, com ajuda dos participantes, as necessidades do Programa e apresentadas metas e ações para o bom funcionamento do mesmo no ano de 2009, como a implantação do Projeto Saúde e Sexualidade nas Escolas, reestruturação do CTA e SAE, descentralização de ações e da distribuição de preservativos, parceria com Programa de Saúde da Família (PSF), realização de campanhas direcionadas às populações específicas e identificadas como mais vulneráveis em nosso município (mulheres, jovens, comunidades rurais e periféricas, etc), compra de veículo, entre outras prioridades.

Na oportunidade, incentivados por Silvia Viana, do Programa Estadual, foi criada a Comissão Interinstitucional de Prevenção às DST/HIV/Aids composta por entidades e órgãos públicos municipais que estiveram presentes. Esta Comissão é formada por 16 pessoas sendo 8 titulares e 8 suplentes, distribuídos de forma paritária entre poder público e sociedade civil, a mesma somará esforços junto ao Programa Municipal para concretização do PAM. Esta equipe, juntamente com a Coordenadora Municipal e técnicos do PM – Aids, será responsável por sistematizar as propostas discutidas na oficina e aprovar o documento final que será enviado à Coordenação Nacional de Prevenção (PN – Aids) do Ministério da Saúde.

Dados Epidemiológico – Durante a oficina Dra Ovaldina Mota apresentou os dados da epidemia em nosso município. Desde o ano 2003, quando houve a primeira notificação de um caso de HIV/AIDS, foram notificados 21 (vinte e um) casos de infecção pelo vírus HIV/AIDS, sendo 13 (treze) deles em pessoas do sexo masculino e 8 (oito) em pessoas do sexo feminino. Na comparação por faixa etária temos os seguintes dados: 1 (um) caso em uma criança de 1(um) a 4 (quatro) anos e o mesmo número em jovens de 15 (quinze) a 19 (dezenove) anos, 13 (treze) em pessoas de 20 (vinte) a 34 (trinta e quatro) anos e os outros 6 (seis) casos em pessoas de 35 (trinta e cinco) a 49 (quarenta e nove) anos. Segundo a escolaridade dos indivíduos temos o seguinte perfil: 1 (um) analfabeto, 11 (onze) com ensino fundamental, 3 (três) de nível médio, 1 (um) não se aplica aos casos anteriores e 5 (cinco) com escolaridade ignorada. Quando o que levamos em conta é o quesito raça/cor o que temos é 2 (dois) casos em pessoas declaradas brancas, 3 (três) pretos, 9 (nove) pardos e 7 (sete) de raça/cor ignorada.
Acompanhado a evolução dos casos dos 21 (vinte e um) casos que temos notificados, somente 4 (quatro) deles estão mortos e os 17 (dezessete) estão vivos e em tratamento.
Podemos analisar agora os dados de HIV em gestantes: foram notificados apenas 3 (três) casos, em mulheres muitos jovens, sendo a maioria deles 2 (dois) em jovens entre 15 (quinze) e 19 (dezenove) anos e o outro em uma menina de 20 (vinte) a 34 (trinta e quatro) anos, todos os partos dessas mulheres foram realizadas em maternidade do município de Coroatá. Os números completos da epidemia em Coroatá serão divulgados ainda este ano pela Coordenação do Programa na primeira edição do Boletim Epidemiológico.

Escrita Originalmente para o Jornal Folha de Coroatá

Programa de Prevenção às DST/Aids realiza encontro para discutir ações e metas para 2009

Desde a implantação do Programa Municipal de Prevenção às DST/HIV/Aids (PM – Aids) de Coroatá, em 2003, foi realizada, pela primeira vez a oficina para a criação do Plano de Ações e Metas (PAM), que é o planejamento que norteia os trabalhos a ser desenvolvidos pela coordenação do programa durante o ano vigente, incluindo as ações e procedimentos para o bom funcionamento do Centro Testagem e Aconselhamento (CTA) e do Serviço Ambulatorial Especializado (SAE), que compõe a estrutura do programa no município.

O encontro para a construção do PAM 2009 ocorreu no último dia 07 de abril, com início às 9h da manhã, na Câmara Municipal, contando com a presença de representantes de movimentos sociais e entidades organizadas da sociedade civil, como Associação Grupo Respeito, Estação Digital, Conselho Tutelar, Conselho Municipal do Direitos da Criança e Adolescente, Associação da Vila Vavá, Associação do Bairro União, Unido Pelo Bairro, Pastoral da Criança, Fazenda da Esperança e representantes de órgãos governamentais como Secretaria de Saúde, SAMU, Núcleo Municipal de Educação e Saúde – NMES, Secretaria de Educação, Unidade Municipal de Juventude – UMJovem, entre outros.

Realizada em parceria com o Programa Estadual de Prevenção às DST/HIV/Aids, a oficina contou com a participação da Coordenadora do Departamento Estadual de Atenção, Silvia Cristina Viana, que trouxe aos presentes a discussão sobre as diretrizes do Programa nas três esferas de governo (Nacional, Estadual e Municipal) e as orientações para a elaboração do PAM. Dra. Osvaldina Mota, responsável pela Vigilância em DST/Aids no Departamento Estadual, apresentou aos presentes dados que compuseram o Perfil Epidemiológico do município de Coroatá até o ano 2008. Acompanhando a equipe da Secretaria Estadual de Saúde (SES) esteve presente na oportunidade um grupo de acadêmicos dos cursos de Medicina e Enfermagem da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Durante a oficina a coordenadora do Programa em nível municipal, a psicóloga Esther Moura, apresentou alterações na sue equipe, que passará a contar com um médico e um enfermeiro. Esther falou ainda que todos os esforços serão feitos para a ampliação dos trabalhos do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) e para o funcionamento integral do Serviço Ambulatorial Especializado (SAE) no município.

Durante a realização da oficina, foram identificados, com ajuda dos participantes, as necessidades do Programa e apresentadas metas e ações para o bom funcionamento do mesmo no ano de 2009, como a implantação do Projeto Saúde e Sexualidade nas Escolas, reestruturação do CTA e SAE, descentralização de ações e da distribuição de preservativos, parceria com Programa de Saúde da Família (PSF), realização de campanhas direcionadas às populações específicas e identificadas como mais vulneráveis em nosso município (mulheres, jovens, comunidades rurais e periféricas, etc), compra de veículo, entre outras prioridades.

Na oportunidade, incentivados por Silvia Viana, do Programa Estadual, foi criada a Comissão Interinstitucional de Prevenção às DST/HIV/Aids composta por entidades e órgãos públicos municipais que estiveram presentes. Esta Comissão é formada por 16 pessoas sendo 8 titulares e 8 suplentes, distribuídos de forma paritária entre poder público e sociedade civil, a mesma somará esforços junto ao Programa Municipal para concretização do PAM. Esta equipe, juntamente com a Coordenadora Municipal e técnicos do PM – Aids, será responsável por sistematizar as propostas discutidas na oficina e aprovar o documento final que será enviado à Coordenação Nacional de Prevenção (PN – Aids) do Ministério da Saúde.

Dados Epidemiológico – Durante a oficina Dra Ovaldina Mota apresentou os dados da epidemia em nosso município. Desde o ano 2003, quando houve a primeira notificação de um caso de HIV/AIDS, foram notificados 21 (vinte e um) casos de infecção pelo vírus HIV/AIDS, sendo 13 (treze) deles em pessoas do sexo masculino e 8 (oito) em pessoas do sexo feminino. Na comparação por faixa etária temos os seguintes dados: 1 (um) caso em uma criança de 1(um) a 4 (quatro) anos e o mesmo número em jovens de 15 (quinze) a 19 (dezenove) anos, 13 (treze) em pessoas de 20 (vinte) a 34 (trinta e quatro) anos e os outros 6 (seis) casos em pessoas de 35 (trinta e cinco) a 49 (quarenta e nove) anos. Segundo a escolaridade dos indivíduos temos o seguinte perfil: 1 (um) analfabeto, 11 (onze) com ensino fundamental, 3 (três) de nível médio, 1 (um) não se aplica aos casos anteriores e 5 (cinco) com escolaridade ignorada. Quando o que levamos em conta é o quesito raça/cor o que temos é 2 (dois) casos em pessoas declaradas brancas, 3 (três) pretos, 9 (nove) pardos e 7 (sete) de raça/cor ignorada.
Acompanhado a evolução dos casos dos 21 (vinte e um) casos que temos notificados, somente 4 (quatro) deles estão mortos e os 17 (dezessete) estão vivos e em tratamento.
Podemos analisar agora os dados de HIV em gestantes: foram notificados apenas 3 (três) casos, em mulheres muitos jovens, sendo a maioria deles 2 (dois) em jovens entre 15 (quinze) e 19 (dezenove) anos e o outro em uma menina de 20 (vinte) a 34 (trinta e quatro) anos, todos os partos dessas mulheres foram realizadas em maternidade do município de Coroatá. Os números completos da epidemia em Coroatá serão divulgados ainda este ano pela Coordenação do Programa na primeira edição do Boletim Epidemiológico.

Escrita Originalmente para o Jornal Folha de Coroatá

21 abril, 2009

Os Defuntos Deixam as Covas

Texto retirado do blog de José Reinaldo Taveres

Dava para se sentir num Coliseu redivivo. Antigos gladiadores do grupo Sarney, aparentemente mortos para a posteridade, ressurgiram nos corredores da Assembléia Legislativa, alguns envergando ternos novos e gravatas francesas, outros cheirando a naftalina e perfume de quinta, mas todos dando a impressão de que uma corte de defuntos acabava de deixar as covas.
Gente que o Maranhão não via há muito tempo e da qual não tinha boas recordações transitava com caras de múmias, todas querendo um abraço, todas querendo um afago, todos exigindo um mimo de Roseana Sarney, Sarney Filho e Ricardo Murad.

Dava para perceber as olheiras de quem dormiu durante muito tempo naqueles seres necrológicos que disputavam a proximidade da rainha, cada um com mais sede de sangue e poder.

Nem parecia verdade! O fantasma de Paulo Marinho circulava sorridente, sempre processado, nunca igualado, trocando opiniões sobre administrações transparentes e corretas. Gastão Vieira assumiu um ar professoral na sua humilde intenção de ser secretário de Educação e construir três escolas, se o dinheiro der. A pedetista Bia Aroso comandava uma claque de inocentes expondo faixas que ora falavam de uma guerreira, ora falavam de uma boeira do Maranhão.

que já foi secretário, que já tentou ser secretário, que escapou do primeiro escalão para o segundo e do segundo para o terceiro, gente suando aos borbotões procurando qualquer escalão para se encostar. Carecas brilhantes e escovadas aceitando o sol e defuntos que até ontem faziam parte do Cemitério do Gavião se mudando para o Cemitério dos Vinhais.

Em meio a esse espetáculo de adesões profanas, todo mundo ficou reticente ao contemplar as figuras de Mauro Fecury, de Bengala, e Epitácio Cafeteira, em cadeira de rodas. Ambos, talvez, empurrados pela esperança de que ainda é possível correr atrás.

Esse desfile macabro de gente que já morreu, gente que está morrendo e gente que não quer morrer de jeito nenhum deixava a impressão de que o novo governo haverá de construir seu próprio mausoléu.

Havia de tudo. Cantores e cantadores que não cantavam mais, gente que já matou e gente que quase já foi morta, além de uma impressionante multidão de defuntos conectados aos celulares, querendo falar com o além e comunicar a posse da rainha, fotografar a rainha, filmar a rainha-mãe. A rainha, aliás, assim que empossada, abriu os braços e jogou beijos para suas vítimas, aumentando o cheiro de morte que exalava naqueles imensos salões.

E ela agradeceu a um Deus que nunca a abandonou e, principalmente, a “uma justiça que dignifica a democracia”, uma frase de fazer gelar os ossos, de fazer matar o que resta de consciência neste país. Ela leu Lula, o irremovível Lula, a dizer que, agora, investirá no Maranhão. Se não dá para matar um maranhense, aceite pelo menos a possibilidade de um ataque cardíaco, senhor Lula Lá.

Quantas sepulturas políticas foram violadas até que esse momento chegasse! Quantas ressurreições inoportunas e ameaçadoras puderam ser observadas no desenrolar daquele espetáculo! O inevitável cheiro de cinzas de tantos defuntos cremados sugeria que o povo maranhense foi usado como adubo político de uma conspiração jamais vista no país.

Se tivéssemos acesso às fichas de todos aqueles cadáveres, para saber o que fizeram em vida, quando a vida lhes foi dada por José Sarney, estaríamos correndo daqui. O que se viu foi o Dia dos Fiéis Defuntos ser comemorado numa sexta-feira aziaga que sobrará para sempre na memória do Estado. E Deus nos ajude! Aquele espetáculo mórbido deixa evidente que os defuntos deixaram a cova para acabar de enterrar o Maranhão.

Os Defuntos Deixam as Covas

Texto retirado do blog de José Reinaldo Taveres

Dava para se sentir num Coliseu redivivo. Antigos gladiadores do grupo Sarney, aparentemente mortos para a posteridade, ressurgiram nos corredores da Assembléia Legislativa, alguns envergando ternos novos e gravatas francesas, outros cheirando a naftalina e perfume de quinta, mas todos dando a impressão de que uma corte de defuntos acabava de deixar as covas.
Gente que o Maranhão não via há muito tempo e da qual não tinha boas recordações transitava com caras de múmias, todas querendo um abraço, todas querendo um afago, todos exigindo um mimo de Roseana Sarney, Sarney Filho e Ricardo Murad.

Dava para perceber as olheiras de quem dormiu durante muito tempo naqueles seres necrológicos que disputavam a proximidade da rainha, cada um com mais sede de sangue e poder.

Nem parecia verdade! O fantasma de Paulo Marinho circulava sorridente, sempre processado, nunca igualado, trocando opiniões sobre administrações transparentes e corretas. Gastão Vieira assumiu um ar professoral na sua humilde intenção de ser secretário de Educação e construir três escolas, se o dinheiro der. A pedetista Bia Aroso comandava uma claque de inocentes expondo faixas que ora falavam de uma guerreira, ora falavam de uma boeira do Maranhão.

que já foi secretário, que já tentou ser secretário, que escapou do primeiro escalão para o segundo e do segundo para o terceiro, gente suando aos borbotões procurando qualquer escalão para se encostar. Carecas brilhantes e escovadas aceitando o sol e defuntos que até ontem faziam parte do Cemitério do Gavião se mudando para o Cemitério dos Vinhais.

Em meio a esse espetáculo de adesões profanas, todo mundo ficou reticente ao contemplar as figuras de Mauro Fecury, de Bengala, e Epitácio Cafeteira, em cadeira de rodas. Ambos, talvez, empurrados pela esperança de que ainda é possível correr atrás.

Esse desfile macabro de gente que já morreu, gente que está morrendo e gente que não quer morrer de jeito nenhum deixava a impressão de que o novo governo haverá de construir seu próprio mausoléu.

Havia de tudo. Cantores e cantadores que não cantavam mais, gente que já matou e gente que quase já foi morta, além de uma impressionante multidão de defuntos conectados aos celulares, querendo falar com o além e comunicar a posse da rainha, fotografar a rainha, filmar a rainha-mãe. A rainha, aliás, assim que empossada, abriu os braços e jogou beijos para suas vítimas, aumentando o cheiro de morte que exalava naqueles imensos salões.

E ela agradeceu a um Deus que nunca a abandonou e, principalmente, a “uma justiça que dignifica a democracia”, uma frase de fazer gelar os ossos, de fazer matar o que resta de consciência neste país. Ela leu Lula, o irremovível Lula, a dizer que, agora, investirá no Maranhão. Se não dá para matar um maranhense, aceite pelo menos a possibilidade de um ataque cardíaco, senhor Lula Lá.

Quantas sepulturas políticas foram violadas até que esse momento chegasse! Quantas ressurreições inoportunas e ameaçadoras puderam ser observadas no desenrolar daquele espetáculo! O inevitável cheiro de cinzas de tantos defuntos cremados sugeria que o povo maranhense foi usado como adubo político de uma conspiração jamais vista no país.

Se tivéssemos acesso às fichas de todos aqueles cadáveres, para saber o que fizeram em vida, quando a vida lhes foi dada por José Sarney, estaríamos correndo daqui. O que se viu foi o Dia dos Fiéis Defuntos ser comemorado numa sexta-feira aziaga que sobrará para sempre na memória do Estado. E Deus nos ajude! Aquele espetáculo mórbido deixa evidente que os defuntos deixaram a cova para acabar de enterrar o Maranhão.

05 abril, 2009

UMES de Nunes Freire foi rejeitada pelo Presidente da Câmara Municipal

Presidente da Câmara Municipal de Governador Nunes Freire, Paulo Lopes, rejeitou o presidente UMES daquel municipio, João Costa, pessoa que foi representar os estudantes, para reedificar os direitos dos mesmos, pois a educação em Nunes Freire estar em crise, segundo palavras de João Costa, as aulas ainda não começaram em pleno mês de Abril.

O presidente perdeu a postura e “bateu-boca” com estudantes, não dando espaço para que os mesmos falarem, e prejudicando os alunos pela falta de explicação, pois ninguém até o momento não sabe o motivo das aulas inda não terem começado. O presidente,não estando satisfeito,e duvidando da entidade,mandou um oficio para o presidente da umes,exigindo as atas,a umes o respondeu de modo claro que não ia entregar ,pois a mesma não tem obrigação de entregar as atas. O presidente da UMES, antes mesmo de ir à Câmara Municipal,para representar os estudantes para tratar do assunto que foi dito,o mesmo mandou um oficio para secretaria de educação, pedido alguma explicação para que as aulas não tenham iniciado até o presente momento. A Secretaroa de Educação do muncipio até agora não respondeu