27 janeiro, 2010

A tortura institucionalizada

Em plena era das informações ainda podemos ver resquícios da ditadura. Governantes que em nome da manutenção do poder e da boa imagem do seu governo perseguem, massacram e torturam os que têm idéias contrárias as suas práticas governamentais e ousam denunciar.

No entanto, como os tempos são outros, utilizam de novas técnicas para torturar – não menos pervesas que outrora: minam suas lutas, corrompem aliados, financiam opositiores, mentem, demitem...

Tudo isso para humilhar e destruir aqueles que ousam se opor aos seus (mal)feitos. Assim destroem sua auto-estima, e o que é mais importante no homem: sua dignidade. Seus objetivos: fazê-los desistir de suas lutas e calarem-se. Na prática isso é o mesmo que queriam os chefes daditadura militar.

A estes atos de tortura poucos (somente os fortes) sobrevivem.

É o que tem acontecido por aqui (em Coroatá) ano após ano, entra e sai governo. Talvez por isso temos tão poucos cidadãos, lideranças sociais comprometidas com mudanças, com o bem comum. É grande o número de desistentes quando os os primeiros sinais desta ditadura institucionalizada começa lhes atingir.

Não podemos esquecer que os tempos da ditadura findaram-se e vivemos a aurora da democracia, onde somos livres para pensar e proferir nossos ideais, onde elegemos e podemos desaprovar nossos governantes.

O que não podemos é deixar de acreditar que nunca é tarde para recomeçar a escrever a história. Que apesar de muitos exemplos de políticos corruptos e incapazes, precisamos acreditar e lutar, na esperança de encontrar alguém diferente para governar.

O que não podemos é desistir, vamos resistir. E tirar os safados do poder. A começar pelas eleições deste ano.

À luta.

Rápidas

Reunião - Ontem (26),final da tarde estivemos reunidos com lideranças juvenis do Coletivo Acorda Juventude para discutir os novos rumos que deveremos tomar para a efetivação da nossa luta neste ano que se inicia. Além de discutirmos a criação, de forma irregular, do Departamento Municipal de Esporte e Juventude definos as nossas ações diante desta situação. Buscaremos apoios de veradores para a realização de uma audiencia pública para discutir o assunto, visando construir este departamento da forma legítima possivel e com a participação da juventude. E ainda, definimos que incentivaremos para dia 20 do mês de fevereiro a realização de uma plenária extraordinaria do Fórum Municipal de Juventude de Coroatá (Fojuc), visando sua reorganização atraves da eleição de novos membros para a sua Secretaria Executiva.

Conferência – Sábado (30) estará sendo realizada a 1ª Conferência Municipal de Defesa Civil em Coroatá, a partir das 8h da manhã no pátio do Complexo Educacional do Ensino Fundamental (CEEF), onde serão avaliadas as políticas deste setor e as ações para ações futuras. Na reunião de ontem do Coletivo Acorda Juventude foi deliberada a nossa participação efetiva no referido evento de importância relevante para todos os munícipes.

25 janeiro, 2010

À juventude, amigos e leitores

Até o presente momento não havia falado publicamente, especialmente neste blog, sobre a minha saída da equipe do governo de Luis da Amovelar, onde ocupei por quase dois anos o cargo de coordenador-adjunto da Unidade Municipal de Juventude - UMJovem.

A minha saíde deu-se após inúmeras manifestações minhas publicamente contrárias as ações (ou a falta delas) no governo, decorrente do meu descontentamento com o tratamento do gestor municipal para com o segmento, para com seus líderes e para comigo.

Deixei o cargo, mesmo sem ter recebido nenhum comunicado oficial e prévio (quanta falta de respeito), mas não relutei, pois este já era o meu desejo em solidariedade à juventude, já que nestes quase dois anos não foi dada a mim e ao titular da pasta nenhuma condição organizacional e estrutural para o desenvolvimento das funções para as quais fomos nomeados.

A minha atuação ímpar como vice-presidente do Conselho Municipal de Saúde, inclusive votando algumas vezes contrário ao desejo do grupo e a favor da população, também colaborou para que eu fosse exonerado do cargo de forma arbitrária e desrespeitosa.

O prefeito Luis da Amovelar não admite nenhuma posição contrária às suas ações, mesmo quando estes posicionamentos e opiniões objetivam contribuir para a melhoria de sua administração.

Após o episódio aqui relatado, sinto-me ainda mais legítimo, encorajado e digno de lutar em favor da juventude.

À luta companheiros.

Prefeito cria de forma irregular departamento de juventude (Parte 2)

O interessante na criação do tal Departamento de Esporte e Juventude criado recentemente pelo prefeito Luis da Amovelar é que o mesmo deu-se logo após a um grande evento organizado pela Juventude de Coroatá em Ação (JCA) presidida por Erinaldo Rodrigues, o ainda coordenador da Unidade Municipal de Juventude (UMJovem), com a participação de um grande número de jovens e nomes de peso do movimento com Raimundo Penha (ex-presidente do Conselho Estadual de Juventude - Cejovem), Rafael Oliveira e Saney Sampaio (ambos do Fórum Estadual de Juventude e da JS/PDT) e Ayriston Almeida (recentemente eleito para o Cejovem)

Erinaldo Rodrigues só soube da criação do departamento por terceiros, não recebendo nenhum comunicado oficial por parte do prefeito. Por enquanto estão sendo mantidos os dois departamentos “funcionando” paralelamente.

Na abertura do evento de beach soccer organizado pelo novo departamento, com o apoio da governo de Roseana Sarney (PMDB) e de seu ex-cunhado deputado Carlos Filho (PV), Benedito Pereira, o Biné, foi chamado de secretário, assim como seu departamento de Secretaria Municipal de Esporte e Juventude.

Quando desrespeito às lideranças e a própria juventude.

24 janeiro, 2010

Prefeito cria de forma irregular departamento de juventude

Mais uma de Luis da Amovelar, o prefeito pé no chão (e cabeça de vento): ele criou na semana passada, dia 18 (segunda) o Departamento Municipal de Esporte e Juventude, que já está sendo chamado de Secretaria Municipal de Juventude, vinculada à Secretaria de Educação, deixando a Secretaria de Cultura sozinha (ainda Delfino Lúcio com titular da pasta) e para o novo departamento nomeou para o cargo de coordenador o professor Benedito Pereira (sem nenhum vínculo com o movimento de juventude).

No entanto a criação do departamento não passou por votação na Câma Municipal, o que o torna totalmente ilegítimo, e tem causado muito desconforto e opiniões contrárias de líderanças de juventude aliadas ou contrárias ao governo. Alguns deste planejam uma mobilização, assim que uma lei para a criação de fato do departamento ou secretaria for enviada para a votação na Câmara Municipal (ou não).

Trago nos próximos dias mais informações obre este tema.

23 janeiro, 2010

Entrevista no rádio


Na manhã do dia 23 (sábado) estive no estúdio da Rádio Geração Jovem para uma entrevista ao programa "De Cara com a Cidadania" apresentado pela vereadora Neuza Muniz (PMDB), para falar dos rumos que estão tomando as políticas de juventude em Coroatá com a criação de um Departamento Municipal de Juventude veiculada à Secretaria Municipal de Educação, sem nenhuma discussão com a juventude, sem nem mesmo comunicar ao atual coordenador da Unidade Municipal de Juventude – UMJovem, Erinaldo Rodrigues.

Sugeri a vereadora que envie a mesa diretora da Câmara o pedido para a realização de uma audiência pública para discutir o assunto.

Continuamos na luta para tirar os safados do poder.

17 janeiro, 2010

A cidade do caos - Parte I








Em uma cidade que não é oferecida ao jovem nenhuma oportunidade da pratica do lazer, educação de qualidade (responsabilidade tambem do estado), onde não existe qualificação profissional, oportunidades de emprego, ou quaisquer outras alternativas para o preenchimento do tempo ocioso, alguns passam a praticar atos de vandalismo (ou arte?).

Mas, também é de responsabilidade da administração municipal, além de zelar para que isso não venha ocorrer, recuperar de imediato os estragos, porém isso não está ocorrendo.

Ainda existem outras imagens que vou mostrar por aqui, que retratam a completa falta de responsabilidade da administração municipal em Coroatá. Eu volto.

Vamos tirar os safados do Poder!

10 janeiro, 2010

O poeta das Periferias


Eu me arrependo de pouquíssimas coisas em minha vida inútil. Mas lembro que me arrependo de ter deixado de ir, por preguiça creio eu, ao que seria o melhor xou da minha vida. Refiro-me à apresentação do poeta GOG, em Brasília – DF, quando estive por lá para participar do 51º Congresso da UNE no ano passado (2009).
Perdi a oportunidade de ver e ouvir ao vivo e se mechendo esse, considerado por mim um dos maiores – senão o maior – poeta das periferias brasileiras, autor de grandes letras (verdadeiras poesias cantadas) acerca da realidade dos moradores das periferias deste país, posso citar aqui a belíssima Brasil com P.

Ouça e pense GOG.

Para conhecer mais sobre Genival Oliveira Gonçalves (o GOG), clique aqui.

A Princesa Bantu


Por Sérgio Silveira


Escrava Anastácia (Pompéu, 12 de Maio de 1740 — data e local de morte incertos) é uma personalidade religiosa de devoção popular brasileira, cultuada informalmente pela realização de supostos milagres.
A própria existência da Escrava Anastácia é colocada em dúvida pelos estudiosos do assunto, já que não existem provas materiais da mesma.

Seu culto foi iniciado em 1968 (Ano Internacional dos Direitos Humanos decretado pelas Nações Unidas), quando numa exposição da Igreja do Rosário do Rio de Janeiro em homenagem aos 90 anos da Abolição, foi exposto um desenho de Étienne Victor Arago representando uma escrava do século XVIII que usava máscara de ferro (método empregado nas minas de ouro para impedir que os escravos engolissem o metal).

No imaginário popular, a Escrava Anastácia foi sentenciada a usar a máscara por um senhor de escravos despeitado com a recusa de Anastácia em manter relações sexuais com ele. A máscara seria retirada apenas para que ela fizesse as refeições, e a escrava terminou por morrer de maus-tratos, em data ignorada.
A Escrava Anastácia (a sua história):

Nos meios que militam as lideranças negras, femininas ou masculinas, fala-se muito sobre quem foi e como teria sido a vida e a história da Escrava Anastácia, que muitas comunidades religiosas afro-brasileiras, particularmente, as ligadas à religião católica apostólica romana, gostariam de propor à sua Santidade, o Papa, para que fosse beatificada ou santificada, dentro dos preceitos e dos ritos canônicos que regem este histórico e delicadíssimo processo.

Pelo pouco que se sabe desta grande mártir negra, que foi uma das inúmeras vítimas do regime de escravidão, no Brasil, em virtude da escassez de dados disponíveis a seu respeito, pode-se dizer, porém, que o seu calvário teve início em 9 de abril de 1740, por ocasião da chegada na Cidade do Rio de Janeiro de um navio negreiro de nome “Madalena”, que vinha da África com carregamento de 112 negros Bantus, originários do Congo, para serem vendidos como escravos em nosso País.

Entre esta centena de negros capturados em sua terra natal, vinha, também, toda uma família real, de “Galanga”, que era liderada por um negro, que mais tarde se tornaria famoso, conhecido pelo nome de “Chico-Rei”, em razão de sua ousada actuação no circuito aurífero da região que tinha por centro a Cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, “Delmira”, Mãe de Anastácia, era uma jovem formosa e muito atraente pelos seus encantos pessoais, e, por ser muito jovem, ainda no cais do porto, foi arrematada por um mil réis. Indefesa, esta donzela acabou sendo violentada, ficando grávida de um homem branco, motivo pelo qual Anastácia, sua filha, possuía “olhos azuis”, cujo nascimento se verificou em “Pompeu”, em 12 de Maio, no centro-oeste mineiro.
Antes do nascimento de “Anastácia”, a sua Mãe “Delmira” teria vivido, algum tempo, no Estado da Bahia, onde ajudou a muitos escravos, fugitivos da brutalidade, a irem em busca da liberdade. A história nefanda se repete: Anastácia, por ser muito bonita, terminou sendo, também, sacrificada pela paixão bestial de um dos filhos de um feitor, não sem antes haver resistido bravamente o quanto pôde a tais assédios; depois de ferozmente perseguida e torturada a violência sexual aconteceu.

Apesar de toda circunstância adversa, Anastácia não deixou de sustentar a sua costumeira altivez e dignidade, sem jamais permitir que lhe tocassem, o que provocou o ódio dos brancos dominadores, que resolvem castigá-la ainda mais colocando-lhe no rosto uma máscara de ferro, que só era retirada na hora de se alimentar, suportando este instrumento de supremo suplício por longos anos de sua dolorosa, mas heróica existência.
As mulheres e as filhas dos senhores de escravos eram as que mais incentivavam a manutenção de tal máscara, porque morriam de inveja e de ciúmes da beleza da “Negra Anastácia”. ( Onde seu espírito, combate a inveja, ciúmes e a injustiça).

Anastácia já muito doente e debilitada, é levada para o Rio de Janeiro onde vem a falecer, sendo que seus restos mortais foram sepultados na Igreja do Rosário que, destruída por um incêndio, não teve como evitar a destruição também dos poucos documentos que poderiam nos oferecer melhores e maiores informações referente à “Escrava Anastácia” – “A Santa” ( assim, é cultuada dentro da Religião Afro-Brasileira), além da imagem que a história ou a lenda deixou em volta de seu nome e na sua postura de mártir e heroína, ao mesmo tempo.


Descrita como uma das mais importantes figuras femininas da história negra, Escrava Anastácia é cultuada como santa e heroína em várias regiões do Brasil. De acordo com a crença popular, a Escrava Anastácia continua operando milagres.

História de uma princesa Bantu (a sua história)

Versão extraída do livro "Anastácia - escrava e mártir negra", de António Alves Teixeira (neto) da editora Eco.

Descoberto que foi o Brasil, em 1500 vieram logo os primeiros colonizadores e os primeiros governantes, necessário se fazia, desde então o desenvolvimento da terra, especialmente a lavoura. Daí o terem vindo os célebres Navios Negreiros aprisionando os pobres negros africanos, para aqui serem entregues como escravos e vendidos.
Eram os infelizes negros oriundos da Guine, Congo e Angola. Entre eles veio Anastácia uma princesa Bantu, destacando-se pelo seu porte altivo, pela perfeição dos traços fisionómicos e a sua juventude.

Era bonita de dentes brancos e lábios sensuais, olhos azuis onde se notava sempre uma lágrima a rolar silenciosa. Pelos seus dotes físicos, presume-se tenha sido aia de uma família nobre que ao regressar a Portugal, a teria vendido a um rico senhor de Engenho. Pelo seu novo dono, foi ela levada para uma fazenda perto da Corte, onde sua vida sofreu uma brutal transformação.
Cobiçada pelos homens, invejada pelas mulheres, foi amada e respeitada por seus irmãos na dor, escravos como ela própria bem como pelos velhos que nela sempre encontraram a conselheira amiga e alguém que tinha "poderes" de cura para os males da alma e corpo.
Estóica, serena, submissa aos algozes até morrer, sempre viveu ela. Chamavam-na Anastácia pois não tinha documentos de identificação, por ela deixados na pátria distante. Trabalhava durante o dia na lavoura, certo dia veio a vontade de provar um torrão de açúcar. Foi vista pelo malvado do feitor que, chamando-a de ladra, colocou-lhe uma mordaça na boca. Esse castigo era infame e chamara a atenção da Sinhá Moça, vaidosa e ciumenta que ao notar a beleza da escrava, teve receio que seu esposo por ela se apaixonasse, mandou colocar uma gargantilha de ferro sem consultar o esposo.

Coisas do destino o filho do fazendeiro cai doente sem que ninguém consiga curar, em desespero recorrem a escrava Anastácia e pedem a sua cura, o qual se realiza para o espanto de todos. Não resistindo por muito tempo a tortura que lhe fora imposta tão selvaticamente, pouco depois a escrava falecia, com gangrena, muito embora trazida para o Rio de Janeiro para ser tratada.
O feitor e a Sinhá Moça se sentiram arrependidos por um sentimento tão forte, que lhe foi permitido o velório na capelinha da fazenda. Seu senhor, também levado pelo remorso, providenciou-lhe um enterro como escrava liberta depois de morta. Foi sepultada na Igreja construída pelos seus irmãos de dor e acompanhada por dezenas de escravos.