25 março, 2011

30 entidades estudantis lançam Manifesto estudantil pela volta às aulas

Trinta entidades representativas de estudantes do Maranhão se uniram para lançar o “Manifesto estudantil pela volta às aulas”. De acordo com o texto do documento, elas “vem a público externar indignação com a intransigência do SINPROESEMMA que está prejudicando milhares de estudantes maranhenses impedindo a volta de professores à sala de aula”.

Da Ilha de São Luís, assinam o manifesto entidades como União Municipal dos Estudantes de São Luís, Grêmio do Liceu Maranhense e Grêmio Estudantil da Escola Modelo, além da União Municipal do Estudantes de Paço do Lumiar. Do interior, atestam o documento a Central da Juventude de Coroatá, Caxias, Turilândia, Aldeias Altas, São João do Sóter, Pindaré-Mirim, Santa Inês e Pio XII, a Associação Nunes Freire de Juventude e a Juventude Organizada de Arari.

Além destas, também assinam o documento entidades de Balsas, Bacabal, Grajaú, São Mateus, Peritoró, Miranda do Norte, Buriti-Bravo, Vargem Grande, Cururupi, Conceição do Lago-Açu e Governador Nunes Freire.

“O Sindicato teve os meses de dezembro, janeiro e fevereiro para negociar com o governo a sua pauta de reivindicação, sem prejudicar o início das aulas. Mas, para tristeza dos estudantes que após oito anos teriam o período letivo respeitado, o Sindicato preferiu anunciar a greve logo no primeiro dia de aula (...) Nós estranhamos a total falta de comunicação e respeito dos grevistas com os estudantes, pois fomos informados do movimento grevista por meio da imprensa”, assinalam as entidades no manifesto.
Confira o Manifesto Abaixo:

MANIFESTO ESTUDANTIL PELA VOLTA ÀS AULAS

As entidades estudantis de todo o Maranhão vem a público externar indignação com a intransigência do SINPROESEMMA que está prejudicando milhares de estudantes maranhenses impedindo a volta de professores à sala de aula.

A greve dos professores da rede pública do Estado, iniciada no dia 1º de março surpreendeu a classe estudantil.

O Sindicato teve os meses de dezembro, janeiro e fevereiro para negociar com o governo a sua pauta de reivindicação, sem prejudicar o início das aulas. Mas, para tristeza dos estudantes que após oito anos teriam o período letivo respeitado, o Sindicato preferiu anunciar a greve logo no primeiro dia de aula.

Não podemos permitir que esse ato egoísta nos prejudique. Defendemos a livre negociação, desde que sem prejuízo às aulas.

A sociedade é testemunha de que o Estado sempre esteve em negociação com os trabalhadores da educação. A imprensa noticiou que o governo se comprometeu com o aumento salarial de 10% a partir de outubro e a implantar ainda este ano o Estatuto do Educador.

Nós estranhamos a total falta de comunicação e respeito dos grevistas com os estudantes, pois fomos informados do movimento grevista por meio da imprensa.

Entendemos que para a educação melhorar não é preciso PARAR.
Reivindicar é direito, estudar também!

São Luís - MA, 23 de Março de 2011.

Assinam esse manifesto,

UMES - São Luís e mais 29 entidades estudantis de todo o Maranhão.
ENTIDADES QUE ASSINAM O DOCUMENTO
União Municipal dos Estudantes de São Luís (São Luís - MA)
Grêmio do Liceu Maranhense – São Luís
Grêmio “Prof. Maria de Jesus” C.E. “Profª Margarida Pires Leal” - São Luís
Grêmio Estudantil “Jovens Unidos pela Educação” - C.E.M. “Antônio Ribeiro”
União Municipal do Estudantes de Paço do Lumiar
Grêmio Estudantil do C.E. “Almirante Tamandaré” (São Luís – MA)
Grêmio Estudantil do C.E. “Dayse Galvão” (São Luís – MA)
Grêmio Estudantil da Escola Modelo (São Luís – MA)
Associação da Juventude de Peritiró
Yrê Projetos Sociais (Coroatá - MA)
Central da Juventude de Coroatá
Central da Juventude de Turilândia
Central da Juventude de Pio XII - MA
Associação Nunes Freire de Juventude (Nunes Freire – MA)
Instituto Cururupuense de Desenvolvimento Humano
Juventude Sem Fronteiras de Vargem Grande (Vargem Grande – MA)
Juventude Organizada de Arari (Arari – MA)
Lions Club Univessitário (Timon – MA)
Juventude Organizada de Miranda (Miranda do Norte – MA)
Central da Juventude de Caxias (Caxias – MA)
Central da Juventude de São João do Sóter (São João do Sóter – MA)
Central da Juventude de Aldeias Altas (Aldeias Altas – MA)
União Municipal dos Estudantes de Balsas (Balsas – MA)
União Municipal dos Estudantes de Grajaú (Grajaú – MA)
União dos Estudantes de São Mateus (São Mateus do Maranhão – MA)
Central da Juventude de Pindaré Mirim (Pindaré Mirim – MA)
Conselho Juvenil Buritibravense (Buriti Bravo – MA)
Central da Juventude de Santa Inês (Santa Inês – MA)
Juventude Esperando a Cristo (Bacabal – MA)
Associação da Juventude de Lago-Açu (Lago-Açu – MA)

Fonte: Blog da Tágide

17 março, 2011

Coroatá na coordenação nacional da CUFA Brasil


O coordenador da CUFA Coroatá, Cleo Freitas, foi nomeado pelo Conselho Nacional da CUFA Brasil o mais novo coordenador da Frente Nacional de LGBT da organização. A nomeação foi anunciada pelo secretário geral da organização, Celso Atahyde (RJ), durante o VI Encontro Nacional da CUFA, que ocorreu em Fortaleza (CE), entre os dia 16 a 20 de fevereiro deste ano.

A CUFA LGBT, frente estratégica da entidade, é voltada para a criação e desenvolvimento de ações que possam impactar diretamente na vida de lésbicas, gays, bissexuais e travestis e transexuais, moradores em espaços que estão em desvantagem social (favelas e periferias), bem como a discussão da temática.

Tal como todas as outras frentes de trabalho estratégico da Central Única das Favelas - CUFA, o núcleo LGBT objetiva o equilíbrio social, por meio do reconhecimento dos Direitos Humanos e no trabalho de construção de políticas públicas para esta parcela da sociedade brasileira.

A CUFA LGBT nasceu em 2010, durante o 5º Encontro Nacional da CUFA, que ocorreu em Porto Alegre - RS (27 a 31/01/2010), sendo coordenada a partir daquele momento pelo jornalista baiano Danillo Bitencourt. No encontro do ano seguinte, que ocorreu em Fortaleza - CE (16 a 19/02/2011), o Conselho Nacional da organização nomeou o estudante maranhense Cleo Freitas (CUFA Coroatá) para articulador da frente.

07 março, 2011

Do Direito das Mulheres Negras se Sentirem Mulheres


Por Neusa Baptista, Núcleo Maria Maria CUFA MT

Há cerca de duas semanas, cortei curtinho meu cabelo. O cabelo, aliás, me surpreende a cada dia com sua capacidade de revelar e provocar. Foi o que aconteceu desta vez.Por onde eu andava, cabeças masculinas e femininas se viravam para ver meu cabelo. A princípio, pensei comigo mesma: o que foi que eu fiz? Sentia-me menos mulher e ao mesmo tempo pensava: agora preciso me vestir com muita feminilidade, pois com este cabelo curto, posso passar por homem. De repente me vi numa loja de 1.99 em meio a tic tacs, lacinhos, brincos coloridos e outras coisas. Na ânsia de mostrar o quão feminina era, tornei-me mais feminina mesmo. Em atos e palavras. Por que isso não tinha acontecido antes? Com meu cabelo crespo e curto, recebi muitos olhares de reprovação, riso, espanto. Além de crespo, ainda curto! Pasmem! Comentei com meu cabeleireiro (Jair Vip’s, um beijo!) que “mulher de cabelo curto sofre preconceito” e ele ficou espantado!

Aos poucos, fui me acostumando e aprendendo a ‘dominar’ o meu curtinho, de modo que ele parecesse ao mesmo tempo, natural e bem cuidado. Engraçado, é só a gente começar a se achar bonita que as pessoas em volta fazem coro! O contrário também acontece, claro. Quer que os outros falem bem de você? Comece a falar bem de você. E isso não pode ser do tipo “Eu sou o máximo”, mas do tipo “ Nós podemos ser o máximo juntos”. Piegas né? Não consegui pensar em nada melhor. rs. Enfim.

O meu cabelo curtinho me obrigou a pensar mais em minha feminilidade. E isso se deu ainda somado ao fato de ele ser crespo. Isto é, geralmente, os homens negros utilizam o cabelo raspado e as mulheres alisado. Portanto, o fato de eu ser negra não me ajudava muito mesmo. Mas se tem uma coisa que eu gosto é de chamar a atenção para o meu cabelo! Sério. Quando meu cabelo não chama a atenção, eu acho que ele não cumpriu seu papel, que é o de ser mensageiro de algo positivo sobre a negritude. Enfim. Tal como ocorreu há muitos anos com o meu penteado rastafári, o curto que a princípio parecera ‘feio’ e ‘masculino’ se revelou, na verdade, versátil, irreverente, delicado e feminino!

Mas  a meu ver, isso só aconteceu porque era crespo, e porque eu sou negra, e sou mulher. Muitos papéis, significados, lugares, atitudes a tomar... Para pra pensar: se a mulher branca (ou não negra) já tem problemas, pensa na negra. Pensa. Então, por isso quando vejo uma mulher negra se destacando, não sei da vida íntima dela, mas imagino que deva ter enfrentado alguns obstáculos que poderiam ter sido evitados se o País fosse menos racista, machista etc.

Por isso, neste 8 de Março, um abraço especial a todas as mulheres pretas (negras, pardas, índias, gordinhas, baixinhas, comuns) do Brasil.

Neusa Baptista é autora do livro infantil "Cabelo Ruim?"