17 outubro, 2012

Flávio Dino: Cuidar de nossas crianças

Na última sexta-feira, dia da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, comemoramos também o Dia das Crianças. Como pai de três filhos, cidadão e político, tenho grande preocupação com este território tão sensível da vida: a infância.

Por Flávio Dino


O cuidado que as sociedades têm com suas crianças é considerado, por alguns estudiosos, como uma das formas de medir o grau do que chamamos “civilização”. O quanto nossa sociedade se empenha para garantir saúde, liberdade e conhecimento para que nossas crianças tenham autonomia para construir seu próprio futuro?
Esse é, com certeza, um bom termômetro para medir o quanto a civilização de nosso tempo realmente faz jus à categoria “humana”. Se não somos capazes de cuidar de outras pessoas na fase mais sensível da vida, a infância, o que esperar que façamos com outros adultos ou com o meio ambiente em que vivemos?

Infelizmente, nos últimos tempos, muitos têm sido os descasos com crianças que me parecem sinais para que pensemos o quanto nossa sociedade pode estar doente. Somente este ano, houve vários casos de morte de crianças por aplicação errada de medicamentos – realidade que tão duramente conheço – além de casos como de uma criança, em Minas Gerais, que morreu após receber em sua veia leite, em vez de soro. Em São Luís, são também comuns as situações de descaso.

Este ano, o Ministério Público teve que agir para garantir vagas nas escolas públicas a milhares de crianças e adolescentes que estão fora das salas de aula, por conta da péssima gestão do atual prefeito de Sao Luís. E o governo do Estado implantou uma estranha política de fechar escolas.

Em meio a tanto descalabro, há alguns feixes de luz, como a notícia dada por nossa presidenta Dilma na última semana de que, somente este ano, o governo federal conseguiu tirar 2,8 milhões de crianças da extrema pobreza. Com o Brasil Carinhoso, um complemento do Bolsa Família criado por Lula, Dilma conseguiu ampliar ainda mais os benefícios sociais. E, o mais importante, ampliou para quem mais precisa.

O Brasil Carinhoso garante um complemento de renda às famílias que têm filhos menores de 6 anos e que ganham menos de R$ 70 por pessoa ao mês. Até 2014, serão investidos R$ 10 bilhões neste programa que irá garantir o fim de condições degradantes de vida de milhões de pessoas no Brasil.

O governo Dilma calcula que, este ano, o programa beneficiou 2,8 milhões de crianças de 0 a 6 anos. Somados os seus irmãos de até 15 anos, já são cinco milhões de crianças e pré-adolescentes. Se juntarmos à conta os pais, são 8,7 milhões de pessoas que saíram da condição de miséria em apenas cinco meses de programa.

Mas, para que esse tipo de programa dê certo, é preciso empenho dos governos locais, como bem destacou a presidenta Dilma em discurso semana passada. É que somente pela chamada Busca Ativa, ou seja, o cadastro das prefeituras, indo atrás das pessoas que têm direito ao recurso, é que poderemos alcançar a todos que precisam recebê-lo.

Como parte do Brasil Carinhoso, o governo Dilma também aumentou em 66% o dinheiro repassado aos municípios para melhorar ainda mais a merenda nas escolas públicas. Obviamente, de nada isso adianta quando gestores municipais desviam os recursos, como vimos recentemente aqui no Maranhão. Felizmente, a Justiça começa a ir atrás desses maus gestores e a população começa a ver que esse tipo de prefeito não merece nosso voto.

Ainda como parte do Brasil Carinhoso, o governo Dilma planeja construir seis mil escolas de educação infantil até 2014. Para isso, precisaremos de parceiros atentos e sérios em cada prefeitura. E também, verdadeiramente preocupados com o bem-estar de seus cidadãos. É o que haveremos de conquistar em São Luís.

Flávio Dino, 43 anos, é presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), foi deputado federal e juiz federal
 

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